A Melody é uma rapariga com vinte e três anos, acabou de ter a sua licenciatura com a máxima nota e sonha tornar-se uma professora do liceu. Todavia é contrariada pelos seus próprios progenitores que a veem frágil demais, pequena e com um semblante tao angélico até para assemelhar a uma bonequinha que a um mastim capaz de obter respeito de estudantes que têm poucos anos amenos do que ela. Depois de continuas brigas com o pai, no fim a Melody obteve um cargo como professora num liceu bem diferente daquelas escolas prestigiosas e respeitáveis a que está habituada. A situação que irá deparar com ela será difícil para afrontar e o único apoio que parecia ter encontrado num colega, o Shane Mallory, no fim revelar-se-á um grande erro porque o tal jovem não é outra coisa que um dos piores estudantes da escola embaraçada por aquele equivoco, encontrar-se-á arrasada pelo interesse do rapaz, que nutre desde logo por ela uma autentica obsessão, tanto até para instiga-lo a comportamentos comprometedores para a Melody e atirar pelos ares todas as boas intenções da jovem. Entre beijos roubados, inconfessáveis declarações de amor e encontros secretos noturnos, conseguirá a Melody colocar uma barreira entre eles? Ou então conseguirá o Shane tornar a Melody sua?
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«Melody, não te dás conta do que dizes!» Explodiu o meu pai como de costume todas as vezes que se falava dos meus projetos profissionais futuros.
«Papá, por favor. Tenta perceber-me! Eu
quero ser professora. Desejei ensinar desde o meu primeiro dia de escola. Amo o
ensino! Desejo apenas poder fazer o que sinto no coração e ter o teu apoio»
Supliquei tentando frear a raiva que me ofuscava a mente todas as vezes que me
encontrava defronte da sua parede de desaprovação.
«Sim, mas não uma professora do liceu!
Melody, és muito jovem e inexperiente para o mundo da adolescência liceal.»
«Posso ser jovem, mas não sou decerto
inexperiente dado que fui sempre a primeira da turma. Fiz a minha licenciatura
na Cornell University graças à bolsa
de estudo, em apenas quatro anos e saindo com a Summa Cum Laude.»
«Minha querida, o teu pai não pretende pôr
em discussão a tua preparação escolar. Tu nos deste sempre grandíssimas
satisfações e o teu pai sendo diretor do liceu mais prestigioso de Nova Iorque,
aquele que frequentaste para ser preciso, obviamente, estamos extremamente
orgulhosos por ti. Todavia...» Interveio a minha mãe com a sua habitual atitude
de pacificadora. «Melody, tu és uma dulcíssima rapariga, formidável e cheia de
talento mas pouco apropriada para desempenhar um papel de género.»
«Por quê?» Descarreguei a cólera ofendida.
«E ainda ousas perguntar?» Intrometeu-se
novamente o meu pai furibundo. «Melody, olha só para ti! És o retrato da
mocinha indefesa. Não certamente do mastim pronto para fazer-se respeitar por
rapazes com as hormonas endoidecidas e capazes de te ameaçar fisicamente sem a
mínima dificuldade.»
«Sou capaz de me defender!»
«Não colocamos em dúvida, minha querida, mas
tens de reconhecer que o teu semblante angélico seria mais adequado numa
creche. Mesmo a tua escassa altura não é-te de ajuda. Sem contar que tens
apenas vinte e três anos...poucos mais de um liceal que está no último ano.»
Alinhou a minha mãe cauta e tentando esboçar um sorriso afável para me acalmar.
Mordi-me o lábio inferior pelo nervosismo. A
minha mãe tinha razão, infelizmente. Os meus cento e cinquenta e cinco
centímetros de altura fizeram-me passar várias vezes por uma rapariguinha do
ciclo preparatório onde fizera um estágio no ano precedente. Por isso procurava
calçar sempre sapatos com salto alto quando trabalhava, mesmo fazendo deste
jeito levantara algumas polémicas e acusações de exibicionismo e narcisismo no
que me diz respeito.
Infelizmente no meu caso não bastava um
salto doze para parecer maior uma vez que tinha um aspeto um pouco juvenil com
os meus cabelos castanhos, ondulados, compridos e sempre desgrenhados, os meus
olhos graúdos e verdes e por fim a limpadela de lentigem no meu nariz para cima
que me deixava assemelhar a uma boneca de porcelana.
Para além do meu aspeto franzino e minúsculo
não incutia decerto medo ou temor. Além do meu nome...Melody! Não podiam
chamar-me Olga, Hadmunt ou com qualquer nome alemão com uma assonância dura?
Não fora fácil granjear respeito dos rapazes
aos quais ensinara e no fim sentia que para eles fora sempre mais uma amiga do
que uma professora. Todavia conseguira granjear o justo respeito dos meus
alunos e estava convencida de que num liceu não haveria diferenças.
«És apenas uma coitada iludida, Melody! Os
liceais têm a partir dos quinze aos vinte anos. Tu tens poucos mais. Como achas
que vais granjear respeito dos teus coevos aparentemente. Alguns deles parecem
mesmo maiores fisicamente relativamente a ti.» Continuou o meu pai que sabia
perfeitamente o que me aguardava, sendo ele diretor do ilustre NY High School há pouco mais ou menos vinte anos.
«Com um pouco de maquilhagem e um vestuário
mais sério e profissional, ninguém poderá confundir-me de forma alguma por um
estudante.» Rebati ganhando em troca a sua risada sardónica. Como o odiava
quando fazia desse modo!
Por que não podia apoiar-me e basta?
«E está bem!» Suspirou depois de um demorado
momento de silêncio.
«Está bem o quê?» Perguntei suspeitosa.
«Irei arranjar um lugar como assistente ou
estagiaria num liceu, se é isto o que queres.»
«A sério?» Exclamei desfalecida.
«Tens a minha palavra, mas aviso-te: esta
será a tua primeira e última possibilidade de me demonstrar que és feita para
este trabalho, se fracassar, terás que jurar para mim que iras parar de
insistir com esta tua loucura.»
«Ok está bem. Dar-me-ás a oportunidade de
trabalhar no teu liceu?»
«Absolutamente não. Não pretendo ajudar-te
de modo nenhum. A minha presença tornou a tua experiência escolar facilitada e
protegida. Agora, pelo contrário, dou-me conta de que devo atirar-te na arena
sem suporte se pretendo fazer-te perceber a tua escolha.»
Degluti com dificuldade. Sabia que o facto
de que o meu pai fosse o diretor da escola tinha sido dissuasório para cada
pirraça ou maldade no que me toca. Além de que o meu liceu era uma escola
privada de altíssimo nível, onde podiam aceder apenas estudantes altamente
recomendados e em condições de superar o exame de admissão que o meu pai tinha
projetado para selecionar as melhores mentes.
Em suma, tinha vivido numa gaiola dourada e
sabia que nem todas as realidades escolares eram assim. A ideia de ser colocada
num covil cheio de leões não me deixava ficar tranquila muito embora sentia-me
preparada para afrontar qualquer realidade.
«Combinado.» Suspirei.
Uma semana mais tarde, o meu pai informou-me
que estavam à minha espera em Cookeville, em Tennessee, na Denton high School, o único liceu de um vale mais amplo, tanto até
para acolher estudantes que habitavam longe e para os quais tinha sido
construído um pequeno dormitório adjacente à cantina.
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