giovedì 22 agosto 2024

A promessa do Príncipe - Primeiro capítulo


 

A Yvette era apenas uma garotinha quando recebeu como prenda da avó um estranho berloque em forma de serpente. Uma joia misteriosa, ligada a uma promessa que a mulher não cumprira de maneira nenhuma. Depois de doze anos, a Yvette encontra-se sozinha, dividida entre uma irmã caprichosa e um trabalho desqualificante, mas as coisas estão para mudar... O Vašek tentou sempre de adiar o dia em que deveria fazer frente aos seus deveres e honrar a promessa feita ao seu avô, mas já não há mais tempo. Assim sendo, encontrar-se-á a procurar desesperadamente a mulher que lhe fora destinada para levá-la ao seu mundo e faze-la sua. Entre intrigas, traições, raptos e mentiras, conseguirão a Yvette e o Vašek selar a promessa que liga as duas famílias há gerações? 


Prólogo

  

«Venham até aqui, crianças!»

«Estamos a chegar!» exclamaram duas vozinhas cristalinas e sorridentes.

Num abrir e fechar de olhos, duas belíssimas crianças irromperam no majestoso aposento da avó, que estava à espera delas sentada na cama, coberta de fantásticas joias brilhantes, como mandava a tradição para aquele dia de festa.

«Aqui estão vocês! Como já sabem, hoje é um dia especial e desejo que cada uma de vocês escolha uma minha joia como prenda pelo vosso decimo segundo aniversario. Força, peguem o que preferem.» Proferiu a elegante senhora, envolvida num magnífico xaile de seda cor de marfim, brincando com o colar de perolas, que pendia no pescoço.

Já tinham passado muitos anos, mas aquele ritual de espalhar na cama da avó todas as suas joias e poder escolher a própria prenda em total liberdade, era sempre esperado com ansiedade por todas as três.

A Yvette e a Gisèle, as duas adoradas netinhas, não se deixaram repetir duas vezes e lançaram-se de cabeça para baixo na escolha da joia mais vistosa e brilhante.

Desde quando perderam os progenitores, pouco mais ou menos há oito anos, as duas gémeas foram confiadas à avó materna, a Louise Chenal, uma mulher extremamente rica, em virtude da herança recebida dos seus três defuntos maridos, mas também muito frívola e esbanjadora. Para ela, um lindo vestido custoso, um esplendido e precioso colar com pulseiras e brincos coordenados e o devido cuidado ao corpo eram os fundamentos adequados para uma mulher de classe. Depois precisava aprender a arte da sedução e do sorriso... E o joguinho estava feito!

A Gisèle levava sempre a sério todos os conselhos que lhe dava a avó e não deixava escapar de forma alguma a ocasião para ridicularizar a simplicidade e a fealdade da irmã que, conquanto fosse a sua irmã gémea, era completamente diferente da outra.

A Gisèle tinha os cabelos loiros, sempre luzentes e com mórbidos caracóis que lhe contornava o rosto e os olhos cor de chocolate, enquanto a Yvette uns comuns cabelos castanhos, nem lisos nem encaracolados, mas rebeldes ao qualquer golpe de escova e os olhos castanhos com uns fracos reflexos que davam ao verde.

Além de que a adolescência com a revolução hormonal não fora decerto clemente com ela e já tinha iniciado a pontilhar-lhe o rosto com nojentos furúnculos que a sua irmã olhava sempre horripilada e sublevada por não ter sido atingido pela mesma desgraça.

Apesar disto, a avó Louise bem estimava ambas, por muito que não podia abdicar de notar como a beleza da Gisèle crescia a par e passo com a altivez e a arrogância que faltava totalmente à outra gémea, sempre humilde e súcubo diante dos vexames da irmã.

«Escolhi este!» Desatou a Gisèle, apresentando à avó uma lindíssima pulseira em ouro amarelo com pedras de ónix castanhas e engastadas.

«Perfeito! Ótima escolha! Combina perfeitamente com os teus olhos e podes tranquilamente combiná-la com o colar que escolheras no ano transato. E tu, Yvette?”.

A garotinha estava ainda a observar a joias. Não queria desiludir a mulher anciã, mas na verdade não sabia propriamente o que escolher.

Nunca tivera uma predileção pelo ouro e pelas pedras preciosas, porém a comovia muito o gesto da sua avó, sabendo como as tais joias fossem importantes para ela.

A um certo ponto, notou um estranho berloque da antiga feitura, em forma de serpente com o rabo encaracolado. Pegou-o na mão, fascinada por aquele objeto e o apresentou à avó.

«Yvette, este é um berloque de âmbar e prata. Absolutamente, não te fica bem. Coloque-o onde o encontraste e procura algo mais interessante e vistoso.» Desatou de imediato a senhora anciã, inesperadamente enervada.

«Mas este é do meu agrado.» Sussurrou a criança magoada.

«Tens a certeza de que queres precisamente este?» Perguntou com maior ternura a avó.

«Sim».

A avó suspirou profundamente.

«Esta é uma joia muito especial, sabes? O caracol do rabo indica uma promessa feita... Uma promessa que eu não soube manter.» Concluiu tristemente.

«Que promessa?» Perguntou possuída pela curiosidade a Yvette.

«A promessa de amor que fizera ao homem que me ofertou este berloque».

«Por que não mantiveste a tua promessa?»

A senhora pôs-se a sorrir defronte da ingenuidade da neta.

«Na altura era jovem, tinha uma vida pela frente e não me via pronta para retirar-me da vida mundana e partir com ele para o seu país e contrair o matrimónio com ele».

«Então por que lhe prometeste que ias contrair o matrimónio com ele?»

A avó fixou-a intensamente e percebeu pela primeira vez que a neta não tornar-se-ia de maneira nenhuma como ela.

«Yvette, estás segura de que queres mesmo este berloque?» Voltou a perguntá-la ignorando a sua pergunta, sabendo que a verdade poderia fazer-lhe perder a estima da neta. Não era orgulhosa daquilo que fizera, mas já era tarde demais para remediar. Preferia desfrutar das recordações da sua juventude, quando a sua beleza conseguia fazer tremer o coração mesmo ao homem mais frio e rígido.

«Sim.»

«Combinado. Espero apenas que tu não tenhas que pagar de forma alguma esta tua escolha».   


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