giovedì 22 agosto 2024

Natal com o Chefe - Primeiro capítulo


 

Caroline é a assistente pessoal do Jason Walsh, um dos advogados extraordinário da City de Londres. Conhecem-se há oito anos e o entendimento e a confiança recíproca são a base da sua relação de trabalho... Ou ao menos até que não chegue o Natal. Este ano o Jason decide passar as férias, organizadas por Caroline, num resort de luxo em Cervinia com a sua última conquista, Miss Chihuahua, mas (por causa da patinha de Caroline) a sua relação amorosa complica-se e o Jason decide ofertar aquela estadia à sua secretaria. Pena que a Miss Chihuahua não tenha a intenção de perder a tal viagem, assim vai obrigar o Jason a partir na mesma sem imaginar que não estarão sozinhos no resort!


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«Caroline, por favor baixa a voz. Tenho uma dor de cabeça terrível.» Lamuriou-se dolorosamente o Jason, poisando a cabeça sobre a escrivaninha invadida por um maço de processos e documentos.

«Estou simplesmente a elencar as tuas tarefas para hoje. Dentro de meia hora deves encontrar a Sandra Foster na sala de conferências, ao passo que dentro de algumas horas estão à tua espera no tribunal para a causa Bradshow contra Haton. Espero que estejas a estudar a alegação final que preparaste na sexta-feira, dado que disseste que hoje querias fechar o caso.»

«Meus Deus, tenho tanta dor de cabeça que nem sequer recordo onde pus o processo de Bradshow.»

«Estás a dormir por cima dele.» Respondeu-lhe gélida a sua assistente determinada para não deixar-se comover.

Estava habituada às noitadas de loucura e borracheiras do seu chefe há mais de cinco anos. Já era quase uma praxe, vê-lo chegar no escritório todas as segundas-feiras com uma das suas enxaquecas. Por mais que tentasse sempre de lhe evitar reuniões e encontros no tribunal no início da semana, nem sempre conseguia.

«Tenho a cabeça que explode…»

«Esta é a terceira vez que o dizes… se achas que te vais comportar assim também no tribunal, tenho de avisar o Michael Bradshow que está arruinado.»

«Caroline, não tens coração. Eu estou a sofrer…»

«Como todas as segundas-feiras. Jason Ezechiele Walsh, tens trinta e cinco anos e ainda ninguém te ensinou que existem os cocktails sem álcool para evitar as borracheiras?» o repreendeu a Caroline, chamando-o com o seu nome completo mesmo sabendo o quão isto o deixasse aborrecido.

«Não me agrada esta veia de sarcasmo na tua voz.»

«Demita-me.»

O teria já feito se tivesse tempo para desperdiçar em longos e nojentos encontros de trabalho para encontrar uma nova colaboradora com as tuas competências.»

«Ou então, na verdade, é porque já sabes que nunca encontraras uma outra valente como eu.» Ela pôs mais lenha no fogo.

O Jason ergueu finalmente o rosto a partir da escrivaninha para lhe dirigir um dos seus olhares pestanejados e mais fascinantes com os quais fizera encantar muitas vezes dezenas de mulheres.

«Tens razão.» Admitiu com um largo sorriso. Na verdade o Jason não poderia de forma alguma desembaraçar-se da Caroline. Ela era a única capaz de percebê-lo com um único olhar e do qual tinha uma total e cega confiança. Não por outra cisa, quando deixara o escritório de advocacia Bronson & Bronson, onde conhecera a Caroline que trabalhava como secretaria dele e um outro associado, pedira precisamente a ela para segui-lo indo para Sailman & Baker, um dos escritórios de advocacia mais famosos da cidade, para continuar a trabalhar juntos. Já tinham passado cinco anos de então e seja o Jason como a Caroline não se arrependeram sequer uma vez da tal escolha. Já viviam em simbiose e cada um conhecia tudo do outro. Todavia entre eles nunca houve nada de mais pessoal e intimo além de algumas escaramuças entre confidentes e jamais frequentaram-se além do horário de escritório que em todo o caso chegava muitas vezes a cobrir mais de dez horas diárias.

«Eu tenho sempre razão.» Aprestou-se para clarificar a mulher que adorava fingir demonstrações de superioridade.

«E agora, aconselhar-te-ia para tomar um café bem forte e para voltar a dar uma olhada ao processo Foster antes da reunião.»

«Traz-mo tu, não é?» Suplicou com um amuo adorável.

«Obviamente não, sabes.»

«Sou o teu chefe e…» Tentou fazer-se ameaçador, sabendo tanto mais que não serviria para nada.

«Devo mostra-te novamente o meu contrato de trabalho que tu mesmo deste-me pata assinar? Nas minhas atribuições não está escrito que devo trazer-te o café.»

«Sei, já me disseste mil vezes, mas pensava que desta vez farias uma exceção à regra. Depois se fosses tao gentil trazendo também para mim um copo de água e uma aspirina, ser-te-ia grato por toda a vida.» Suplicou suavemente, confiante de que ia fazê-la ceder… Como sempre. «Vou pela aspirina.» Deu-se por vencido a Caroline saindo do escritório.

«Mas só porque faço questão para que tu faças boa figura diante do Baker, dado que a Sandra Foster é sua cunhada». Lembrou-se que àquele encontro participaria também um dos fundadores do escritório de advocacia, despertou no mesmo momento o Jason da sua enxaqueca.

Num ápice abriu a documentação relativa à cliente que tencionava apresentar uma queixa contra a sua Ex sócia que tinha usurpado todos os clientes da companhia quando pôs-se a trabalhar por conta própria, difundindo difamações e calúnias contra a senhora Foster, tomara sempre como base o seu sucesso na própria integridade moral.

Mal deu-se conta da sua assistente enquanto colocava na sua escrivaninha um copo de agua com as aspirina… e o café.

«Obrigado, Caroline.»

«Com este são cento e sessenta e quatro.»

«Cento e sessenta o quê?»

«Favores que me deves.» Fez-lhe vir à memória, relembrando-lhe as suas súplicas.

«Tremo só de pensar no momento em que quererás cobrar... Já estão nas tuas mãos usurarias.» Pôs-se a rir o Jason animado pela forma como ela conseguisse sempre manter tudo sob controlo.

A Caroline retribuiu com um sorriso diabólico antes de sair da sala.

 ***

 A reunião foi longa do que o normal, mas a Caroline já tinha preparado toda a documentação para a causa no tribunal e feito uma dupla cópia do discurso final que o Jason faria diante do juiz, de modo que lhe enfiasse uma copia no bolso do sobretudo e tê-la ao alcance da mão no momento em que o motorista o levaria ao palácio da justiça.

Além de mais repartiu para ele todo o correio eletrónico que chegou e por fim transferiu todos os e-mails privados, sempre em grande número, que recebia no seu endereço do escritório, numa pasta externa, sabendo o quanto esta mescla irritasse o seu chefe.

Alem de tudo já eram três anos que tinha igualmente percebido o que podia eliminar e o que pelo contrário devia conservar. O Jason aceitava com alívio aquela intrusão na sua vida privada dado que detestava os e-mails de corações partidos ou retornos de velhas paixões, enquanto a Caroline encarava aquela incumbência com um misto de curiosidade e de frustração pelo muito que lhe recordavam constantemente o que não poderia em nenhuma outra ocasião ter.

Todavia naquela manhã no e-mail encontrou até duas reservas num dos resort mais sugestivos da Itália, numa das localidades mais prestigiosas para a pratica do esqui, Cervinia.

A Caroline teve que morder-se a língua para não soluçar dolorosamente ao pensar de como tivesse imaginado quando o Jason lhe pedira para pesquisar e encontrar para ele os cinco lugares mais belos da Europa, para onde passar as férias de Natal.

Passara toda a semana precedente a navegar entre Trivago, Lastminute e Edreams, pesquisando as localidades mais românticas, fascinantes e renomadas no período festivo.

No fim optara por Paris, Firenze, Nuremberga, Praga e Cervinia.

Durante a pesquisa sonhara em passear nos Champs-Elysées e degustar o vin brûlé vendido nas pequenas feiras de Natal de Paris, ao invés do habitual ponto de encontro em Trafalgar Square por baixo da árvore e o fogo-de-artifício.

Vira-se a caminhar na Praça Santa Cruz de Firenze entre pequenas feiras, museus e eventos, como a Cavalgada dos Magi, até chegar ao Ponte Velho durante o Festival das Luzes por baixo de um céu estrelado e colorido pelas imagens projetadas que lançavam de um edifício ao outro.

Tinha imaginado em encontrar-se mergulhada num dos mais famosos e antigos mercadinhos de Natal da Europa, em Nuremberga, desfrutando das festividades num contexto relaxado mas ao mesmo tempo excitante e jocoso.

Iludira-se por um instante em encontrar-se mergulhada numa atmosfera antiga, gótica e ainda apegada às tradições como aquela de Praga com as suas ruas iluminadas pelas luminárias e com cheiros de castanhas-assadas, docinhos típicos e fruta seca tostada, comendo um dos famosos manguitos de Boémia ainda quentes escutando um coro gospel.

E por último optara por umas férias mais simples e menos caóticas em Cervinia, num resort relaxante, luxuoso, mergulhado na natureza e ao pé de uma das pistas de esqui mais belas e panorâmicas da Itália, onde se mantinha uma especial archotada para festejar o fim do ano.

Ainda perdida naquelas doces fantasias, a Caroline imprimiu as reservas com um meio sorriso devido ao facto de que tinha quase apostado que o Jason optaria por aquela localidade dado que odiava a balburdia durante as festividades e por muito que amasse Paris, não arriscaria de forma alguma indo para lá com uma mulher por medo de dar uma mensagem errada por causa da atmosfera romântica que viria a ser criada naquela que era reconhecida como a “cidade do amor”.

Acabara apenas de desembaraçar-se das suas incumbências, quando ouviu que estava a ser chamado.

«Caroline, preciso de ti.» Advertiu-a tenso e furioso o Jason passando diante do seu local de trabalho para introduzir-se no escritório antes que alguém pudesse vê-lo.

Preocupada, a Caroline seguiu-o no mesmo instante e assim que fechou a porta endereçou o olhar para o seu chefe, desatou a rir.

«Explodiu em cima de ti a máquina do café?» Zombou dele, vendo a camisa branca do Jason completamente molhada e emporcalhada.

«Aquele idiota de rapazote...»

«Quem?»

«O filho da Foster! Pegou o café para a mãe e no momento em que eu estava a sair, tropeçou nos seus próprios pés e caiu em cima de mim. Não bastava já estar atrasado para a audiência, agora devo também encontrar nova roupa limpa em tempo recorde!» Rebentou furibundo, despindo-se a toda pressa, imprevidente do rubor nas bochechas da sua assistente.

Por sorte, antes que o Jason pudesse notar a ligeira inquietação que pairava no seu rosto, a Caroline recompôs-se à pressa e com uma certa indolência voltou ao seu local de trabalho, onde conservava sempre um fato completo de reserva para casos como aquele.

Quando voltou ao encontro dele, ele estava ao celular, com a cópia da sua alegação na mão e com a outra a levar até à boca o seu café já arrefecido que abandonara na escrivaninha antes da reunião.

Bastou um aceno da cabeça para lhe fazer perceber que devia ajudá-lo a vestir a camisa logo que terminasse a conversa com um cliente.

Com um olhar impassível, fruto de anos de controlo muscular facial, a Caroline achegou-se e sem deixar-se levar por aquele cheiro da sua pele misturado com aquele do seu habitual colonia e do café com leite pingado, limpou-lhe o peito imediatamente com um toalhete húmido e enfiou um seu braço dentro da manga da camisa engomada.

«Estou suficientemente apresentável?» Perguntou-lhe o Jason mal concluiu o telefonema, enquanto a Caroline tentava abotoar a sua camisa.

«Aceitável.» Resmungou a secretaria, tentando controlar a respiração e os batimentos cardíacos.

«As mulheres vem-me fascinante, sabes? Nenhuma usou por caso o termo “aceitável” comigo.»

«Se calhar nenhuma mulher percebeu que o teu bronzeado é devido as lâmpadas às quais te expões praticamente todos os finais de semana. Se soubessem, perderias dez pontos em fascino por excessivo narcisismo.»

«Trabalho pouco mais ou menos sessenta horas por semana. Onde achas que eu consiga encontrar o tempo para apanhar o sol?»

«Isso não deves dize-lo a mim. Eu limito-me a reservar sessões no centro estético.»

«As outras mulheres não entender-me-iam.»

«Se apenas tomasses a decisão para escolhe-las com um quociente intelectivo superior do que um peru no forno.»

«És severa demais. Tens sempre o que objetar sobre todas as mulheres que frequento. Se não te conhecesse bem, pensaria que estás com ciúmes.»

«Ciúmes por um homem que não sabe distinguir uma mulher de uma tola? Longe de mim tal ideia.»

«Detesto quando ages assim.»

«Tens três minutos para sair daqui e correr para o tribunal.» Fez a questão de lhe recordar a Caroline que começava a sentir o peso daquela conversa.

«Bolas!» Descarregou a cólera o Jason, enfiando-se a toda a pressa o casaco e o sobretudo.

«Ah, estava a esquecer... Chegaram os bilhetes para a reserva no resort.»

«Oh, tinha-me esquecido. Já não me servem mais... Nas vésperas tenho um encontro com aqueles da Marshall Company. Anule a viagem, por favor.» Consegui apenas dizer-lhe, antes de fisgar-me para o elevador e correr para a audiência.

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